Celtics Vence o Lakers e conquista o título da temporada

Após 22 anos de espera, o Boston Celtics volta a ser campeão da NBA. O décimo sétimo título da equipe veio após o massacre sobre o Los Angeles Lakers por 131 x 92, fechando a série final em Quatro jogos a Dois. Mais do que nunca o Celtics se firma como o maior vencedor da história da Liga. Na décima primeira final entre as duas equipes, o Celtics se saiu melhor pela nona vez.

Depois de ter feito a pior campanha na última temporada e amargado fracas campanhas em anos anteriores, a franquia de Boston volta a ser o centro das atenções. O general manager Danny Ainge foi ousado ao trazer na offseason duas grandes estrelas: Kevin Garnett e Ray Allen. Junto com a até então estrela solitária da equipe, Paul Pierce (que está há dez anos na equipe), eles formaram o temível Big Three e foram os grandes responsáveis pelo guinada do Celtics nesta temporada. Alguns dizem que ele sacrificou o futuro da equipe em troca de um retorno imediato. O retorno veio como Ainge planejou. Melhor campanha na temporada regular e a conquista do anel no gran finale. E quanto ao futuro, vamos aguardar o desenrolar das próximas temporadas...

O jogo

O primeiro quarto começou com o Lakers melhor em quadra e fazendo 4 x 0. Porém, após uma bola de três de Ray Allen, o Celtics equilibrou as ações. O placar permaneceu apertado até o final do período, mas o Lakers demonstrava nervosismo em quadra ao cometer vários erros. Pelo lado do time de Boston, o destaque era Ray Allen. Já pelo time angelino, só Kobe Bryant pontuava. Outra diferença no período foi no quesito rebotes ofensivos, com o Celtics pegando cinco e o Lakers nenhum durante todo o primeiro quarto. A quatro minutos do fim, um lance chamou a atenção. Ray Allen teve de ir para os vestiários após uma trombada com Lamar Odom. As câmeras flagraram que o jogador do Lakers acertou o olho esquerdo do jogador do time de Boston com os dedos. Mesmo sem Allen, o Celtics não se abateu e terminou o período com uma vantagem de quatro pontos: 24 x 20. Após a saída de Allen, a principal peça ofensiva do Celtics foi Kevin Garnett, que fez oito pontos em seqüência. Já Paul Pierce era muito bem marcado pelo Lakers, muitas vezes com marcação dupla em cima dele. Na parte defensiva, destaque para Rajon Rondo, responsável por quatro roubos de bola. Pelo Lakers, Kobe Bryant mais uma vez fez um brilhante primeiro quarto: foram 11 pontos e três bolas de três pontos convertidas. A dupla Lamar Odom/Pau Gasol estava mal. Contidos pela dupla adversária Kevin Garnett/ Kendrick Perkins, eles não tiveram espaço no garrafão do Celtics. Gasol, além de não pontuar, cometeu quatro erros, e Odom marcou apenas um ponto por meio de um lance livre.

No segundo quarto, tivemos uma surpresa. O novato Glen “Big Baby” Davis entrou em quadra pela primeira vez nas finais. O jogo permaneceu equilibrado até a metade do período. Em menos de dois minutos, o Celtics conseguiu abrir vantagem de 14 pontos após três cestas seguidas de três pontos, duas de James Posey e uma de Eddie House. O Lakers estava perdido em quadra e parecia que já havia “jogado a toalha”. Bem marcado, Kobe Bryant não fez nenhuma cesta de quadra no segundo quarto. O MVP da temporada parecia conformado com a derrota e a conseqüente perda do título. Já o Celtics simplesmente deu um show. A equipe de Boston fez 26 x 6 nos últimos seis minutos do período e foi para o intervalo com uma vantagem significativa de 23 pontos: 58 x 35. Para alívio dos fãs do Celtics, Ray Allen, recuperado do problema no olho, voltou à quadra no final do período. No final do segundo quarto, assistimos a uma jogada espetacular de Kevin Garnett. Após um passe picado de Paul Pierce, o camisa 5 do Celtics, desequilibrado, fez a cesta e ainda sofreu a falta, para delírio dos mais de 18 mil torcedores que lotaram o TD Banknorth Garden. Dava a impressão que a série estava acabada e o Celtics com uma mão no título.

No terceiro quarto, o panorama não mudou muito. Com uma defesa entregue, o Lakers não esboçou qualquer reação e a vantagem do Celtics só aumentava. Depois de 23 minutos, Kobe Bryant finalmente acertou um arremesso de quadra. Enquanto isso, Ray Allen mostrou que estava mesmo recuperado. O camisa 20 do time de Boston acertou duas cestas de três pontos e ajudou a equipe a abrir 29 pontos no placar na metade do período. Nos seis minutos finais, o massacre do Celtics continuou e a equipe terminou o período com uma vantagem de 29 pontos: 89 x60. Era nítida a apatia do Lakers, desde o segundo período. Por outro lado, o inflamado Celtics estava com as duas mãos no título e os fãs da equipe já comemoravam. A dúvida agora era quem seria escolhido como o MVP das finais: Kevin Garnett ou Paul Pierce.

No último quarto de jogo... Bom, a fatura já estava liquidada (tanto que o Lakers colocou os titulares no banco) e a torcida do Celtics só aguardava o término do período para soltar o grito de campeão. A quatro minutos do final, uma cena emocionante. Kevin Garnett e Paul Pierce deixam a quadra e juntos dão um longo e caloroso abraço no técnico Doc Rivers. Os três que seriam campeões da Liga pela primeira vez. Ah... o quarto período terminou com o placar de 42 x 32 a favor do Celtics. Ao final do jogo, dando uma olhada nas estatísticas pudemos perceber a diferença abissal entre as equipes nessa partida final. No quesito rebotes, o Celtics pegou 48, 14 deles ofensivos. Já o Lakers pegou 29, apenas dois ofensivos. Nas assistências, 33 x 16 a favor do time de Boston. Nas roubadas de bola, 18 x 4 também para o Celtics. Em apenas um quesito o Lakers foi “melhor”: foram 19 erros contra apenas sete do Celtics.

Além do “chocolate” em quadra, alguns recordes foram batidos neste jogo final da NBA. A diferença no placar foi a maior da história em um jogo que definiu o campeão da temporada. Curiosamente, a antiga marca pertencia ao mesmo Boston Celtics, que, em 1965, venceu o mesmo Lakers por 129 x 96. Além disso, Ray Allen igualou o recorde de acertos em arremessos de três pontos em um jogo final de playoffs com as sete bolas convertidas na partida de hoje.

Ao final da partida, Paul Pierce, aquele que quando criança era torcedor do Lakers, foi escolhido como o MVP das finais. Nas seis partidas da série contra o Lakers, ele obteve médias de 21.9 pontos e 6.3 assistências. Além disso, ele anulou, na maior parte dos jogos, o MVP da temporada regular, Kobe Bryant.

No último jogo das finais vale ressaltar o conjunto do Celtics. Tudo bem que o Big Three foi um grande diferencial nessa série e em toda a temporada, mas cabe citar também a força do banco de reservas do time de Boston. James Posey, PJ Brown, Leon Powe, Eddie House, principalmente. Por fim, destaco a atuação do jovem armador Rajon Rondo, que no início da temporada, era visto com desconfiança pela maioria dos analistas da NBA. Sim, ele foi capaz de armar o time que se sagrou campeão. E no jogo final, Rondo foi espetacular: 21 pontos, oito assistências, sete rebotes e seis roubos de bola.

Já pelo lado do Lakers, destaque para... Nenhum jogador do time angelino merece ser citado como destaque nesse jogo final que entrará negativamente para a história do Lakers.

Los Angeles Lakers

• Kobe Bryant: 22 pontos – 4 erros – 7-22 nos arremessos de quadra
• Lamar Odom: 14 pontos – 10 rebotes – 2-8 nos arremessos de quadra
• Jordan Farmar: 12 pontos – 4 erros
• Pau Gasol: 11 pontos – 8 rebotes – 5 erros – 4-7 nos arremessos de quadra

Boston Celtics

• Kevin Garnett: 26 pontos – 14 rebotes - 10-18 nos arremessos de quadra
• Ray Allen: 26 pontos – 8-12 nos arremessos de quadra – 7 bolas de três pontos convertidas
• Rajon Rondo: 21 pontos – 7 rebotes – 8 assistências – 6 roubos de bola
• Paul Pierce: 17 pontos – 10 assistências
• James Posey: 11 pontos – 3 roubos de bola